Brasil é o segundo país em casos de câncer de laringe, diz otorrino

Brasil é o segundo país em casos de câncer de laringe, diz otorrino

19/04/2003 - 10h06
Brasília, 14/4/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil é o segundo país em incidência de câncer de laringe - só perde para a Espanha. A informação é do otorrinolaringologista, Luís Augusto Nascimento. Em entrevista à Radiobrás, o médico explicou que a doença é evitável e, em 95% dos casos, está associado ao uso do cigarro (que é alto no Brasil), além de bebidas alcoólicas e ambiente poluído. "Mas o que há de mais nocivo para a garganta é o tabagismo", acrescentou.
A cada ano, há 15 mil casos fatais no Brasil. Aproximadamente dois terços dos tumores na laringe surgem na corda vocal e um terço acomete a laringe supraglótica (região localizada acima das cordas vocais). No entanto, o câncer é de fácil diagnóstico e, hoje em dia, apresenta alto índice de cura, se descoberto em fase inicial.
Contudo, os profissionais de saúde que tratam dessa área não se preocupam apenas com os casos de câncer. De acordo com Luís Augusto Nascimento, a Sociedade Brasileira de Laringologia e Voz (SBLV) calcula que 30% da população brasileira apresenta problemas com a voz.
O mau uso da voz não atinge apenas profissionais como professores, jornalistas, locutores, cantores, telefonistas e atores. "Hoje até crianças, por exemplo, apresentam altos índices de calos nas cordas vocais", revelou o médico.
Para alertar a população sobre estes problemas, a Sociedade Brasileira de Laringologia e Voz tem realizado, anualmente, a Semana Nacional da Voz. A terceira edição do evento ocorreu este mês, de 14 a 16 de abril, com detabes, palestras e demonstrações em várias capitais do país. A iniciativa marcou o Dia Mundial da Voz, celebrado em 11 de abril.
No Riode Janeiro, por exemplo, foram realizadas palestras sobre temas como "A voz do idoso"; "O uso da voz na sala de aula" e "Salve a sua voz - pare de fumar"; dentre outros voltados para crianças, idosos, fumantes e professores, na sede da UniRio, na Urca, com entrada franca. A programação contou com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Hospital Copa d'Or e das Sociedades Brasileiras de Laringologia e Voz, Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia. No Distrito Federal, além das palestras, foi feito atendimento ambulatorial, no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e no Hospital das Forças Armadas (HFA).
Segundo a fonoaudióloga e professora da Escola de Teatro da UniRio Jane Celeste, além do câncer, existem várias patologias benignas, como os calos vocais, ocasionados pelo mau uso da voz e pelo estresse, que podem ser revertidos com o auxílio da fonoaudiologia. Ela recomenda às pessoas que apresentam os sintomas iniciais desses distúrbios - rouquidão persistente, falhas na voz, dor ou ardência na garganta e dificuldade para engolir – que procurem imediatamente um médico ou um fonoaudiólogo especializado em voz.

FONTE:http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2003-04-19/brasil-e-segundo-pais-em-casos-de-cancer-de-laringe-diz-otorrino 

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